Filho de cozinheira da USP passa na Fuvest e faz alegria da mãe
“Não acredito
que ele passou. É maravilhoso”. A frase é de Francisca Mesquita de Souza, 57
anos, auxiliar de cozinha do restaurante central da Universidade de São Paulo,
o popular "bandejão", ao saber pela reportagem do G1 que o filho
caçula, Robson de Souza Romano dos Santos, de 18 anos, se tornará o primeiro da
família a ingressar na USP.
Morador da
comunidade São Remo, vizinha ao campus universitário na Zona Oeste de São
Paulo, Robson parecia anestesiado ao ver seu nome na lista de aprovados na
primeira fase da Fuvest, divulgado nesta sexta-feira (31).
Ele optou por
estudar ciências sociais e pretende seguir a vida acadêmica, exercendo a
profissão de professor. "É um curso que vai ajudar a me construir",
explicou, com o rosto todo pintado.
Robson soube do
resultado em um colégio, junto com um grupo de alunos que aguardava (e depois
comemorava) a aprovação na Fuvest.
A escolha do
filho pela USP teve influência da mãe, que há 32 anos trabalha no bandejão e
criou todos os seus cinco filhos com a renda desse trabalho.
Mas, segundo
Francisca, o empurrão para que Robson se dedicasse aos estudos, incluindo uma
bolsa em colégio privado, veio da madrinha do rapaz. "Ela se ofereceu para
ajudá-lo e sou muito grata a este suporte".
No início do
mês, o G1 contou a história da mãe e do filho, que estavam ansiosos antes de
Robson prestar a segunda fase da Fuvest, que aconteceu de 5 a 7 de janeiro. Na
época, o estudante disse que sempre foi apaixonado pela USP, por "ficar
pertinho de casa".
Na primeira
fase, acertou 76 das 90 questões, uma pontuação muito acima da nota de corte
para a carreira. "Me interesso muito pelo objeto de estudo [de ciências
sociais]", disse Robson na época. Ele ainda não havia decidido em qual das
três áreas do curso pretende se especializar (antropologia, sociologia ou
ciência política).
Com o filho mais
novo seguindo um novo caminho -- três de seus cinco filhos se formaram ou ainda
cursam o ensino universitário, e outro já terminou o curso técnico de mecânica
--, ela espera mudar de vida logo. "Meus filhos são meninos bons. Agora estou
na contagem regressiva para mudar de vida", disse.
Foto: Flávio Mores/G1
Fonte: Eduardo Carvalho
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