Dilma diz que não perceber a importância da Copa do Mundo é ter "uma visão pequena do Brasil"
A presidente
Dilma Rousseff afirmou nesta terça-feira que não perceber a importância da Copa
do Mundo é ter "uma visão pequena do Brasil", ao comentar os
protestos de rua de grupos contrários aos gastos para a realização do Mundial
no Brasil.
"Poucos
países do mundo tiveram atitudes com manifestações que nós tivemos; não fomos à
repressão, ouvimos as vozes da rua e tomamos medidas", declarou, durante
sua visita a Cuba.
Ela havia sido
questionada se abordaria os protestos contra a Copa após uma manifestação ter
acabado em pancadaria e depredação no último sábado, em São Paulo.
Na ocasião, um
jovem levou três tiros, disparados por policiais militares. A presidente negou
a informação veiculada na imprensa de que realizaria uma reunião de emergência
para tratar do assunto ou de que retornaria ao Brasil da reunião da Celac
(Comunidade de Estados Latino-Americanos) em Cuba.
Gastos
Uma das maiores
críticas dos grupos envolvidos nos protestos se refere aos gastos públicos
relacionados à construção de estádios.
Dilma disse que,
embora tenham sido realizadas despesas com a construção de 12 estádios –
segundo ela, um número dentro da média mundial –, estão sendo gastos cerca de
R$ 143 bilhões em transporte e infraestrutura.
De acordo com
ela, as estruturas construídas a partir desses investimentos permanecerão
beneficiando a população mesmo depois do fim do Mundial.
Ela mencionou
ainda a lei que direciona royalties do petróleo para a educação e o programa
Mais Médicos.
A presidente
também sinalizou para a importância do futebol para o povo. "Nós ganhamos
cinco Mundiais. Temos dois técnicos campeões."
"É uma
visão pequena do Brasil, muito pequena do Brasil não perceber a importância que
a Copa do Mundo tem para o povo brasileiro e para o País. A Copa é um dos
eventos culturais mais importantes do nosso País, mobiliza todas as classes e está
nos nossos corações" disse.
Ela disse querer
uma Copa do Mundo temática que simbolize a paz, o combate ao racismo e a
consolidação do futebol feminino.
Celac
Em seu discurso
em sessão aberta da Celac nesta terça-feira, a presidente ressaltou a importância
de Havana ter conduzido a presidência da comunidade. Ela criticou o fato de o
país ter sido excluído de fóruns regionais e multilaterais.
"Não haverá
integração na América Latina sem Cuba", declarou.
No campo
econômico, Dilma disse que países emergentes desempenham um papel estratégico
no contexto mundial devido a seu mercado consumidor - posição que foi
reafirmada mais tarde no discurso da presidente argentina Cristina Kirchner.
"Somos um
dos maiores mercados mundiais, um mercado de mais de 600 milhões de
pessoas."
Dilma afirmou
que a Celac pode ser uma "ferramenta valiosa " para promover o
diálogo da região com o resto do mundo e ressaltou a importância da integração
da América Latina e Caribe.
"A
integração regional latino-americana é um projeto estratégico tanto do ponto de
vista de seu mercado como do ponto de vista do resgate de sua população por
meio do combate à pobreza extrema."
Foto: AP
Fonte: BBC
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