José de Abreu diz que defenderá legalização da maconha e do aborto se virar parlamentar .Veja!
Descansando em
Cuba no período de carnaval enquanto não retorna aos palcos com a peça "Bonifácio
Bilhões", que discute a ética, o ator José de Abreu, de 68 anos (32 deles
na TV Globo), está prestes a seguir um novo caminho na carreira: a política.
Próximo de se filiar ao PT, Abreu tem o desejo de ser candidato a deputado
federal pelo Rio.
Ele também vai
trabalhar na campanha do senador petista Lindbergh Farias ao governo do estado,
caso ela se confirme. A partir de 1º de março, Abreu o acompanhará nas visitas
feitas aos municípios na chamada "Caravana da Cidadania". O projeto é
inspirado nas viagens de Lula pelo Brasil entre 1993 e 1994. A primeira parada
será Japeri, na Baixada Fluminense.
Em entrevista ao
GLOBO, José de Abreu revela que a ideia de ingressar no PT partiu do próprio
Lindbergh. Amigo de José Dirceu, ex-ministro da Casa Civil do governo Lula,
critica o julgamento do mensalão. No Congresso, o ator diz que vai lutar por
bandeiras polêmicas, como a legalização da maconha e do aborto, e a
desigualdade social.
O GLOBO: Você
vai largar a carreira de ator para ser candidato a deputado federal?
JOSÉ DE ABREU:
Não há contradição entre as duas carreiras. Tenho uma reunião com a direção da
TV Globo no dia 18 (de fevereiro) para a gente ver o que pode fazer. Não é uma
questão de abandonar a carreira (de ator). Jamais vou abandonar. Meu contrato
vai até o fim de 2014.
O GLOBO: Mas,
para você ser candidato, terá de se licenciar...
JOSÉ DE ABREU:
Seria uma suspensão do contrato. Mas não é só isso. Minha família é contra.
O GLOBO: Por que
a sua família é contra?
JOSÉ DE ABREU:
Eles acham que eu vou me expor demais, que eu terei de mudar para Brasília ou
ficar pelo menos quatro dias por semana lá.
O GLOBO: E por
que a decisão de ser candidato?
JOSÉ DE ABREU:
Não foi uma decisão minha. Foi um pedido do partido (PT). O primeiro contato
foi do Lindbergh. Eu disse: "Deixa eu falar com o (ex-presidente)
Lula". Fui para São Paulo e falei com o Lula.
O GLOBO: Qual
será o seu papel na campanha do Lindbergh?
JOSÉ DE ABREU:
Vou ser o puxador de votos (do PT para deputado federal). Vou acompanhá-lo nas
caravanas, independentemente se eu for ou não candidato.
O GLOBO: Qual
será a sua bandeira no Congresso?
JOSÉ DE ABREU:
Basicamente, a mesma do Lula. Acabar com a miséria, a desigualdade social.
Ainda existe, infelizmente, muita miséria no Estado do Rio. Na Baixada
Fluminense, ainda existe muita desigualdade social. Muita coisa tem que ser
feita. Houve um investimento enorme no Rio, mas o interior não foi privilegiado.
Terei também bandeiras mais específicas. A liberação da maconha. Tantos presos
lotando os presídios só porque fumou ou vendeu um baseado. Casamento com
pessoas do mesmo sexo: sou totalmente a favor. Tem também a liberação do
aborto. Vou lutar para que a Lei Maria da Penha seja cada vez mais aplicada.
Tem a questão da pedofilia. Essas coisas que nos agride diariamente quando a
gente lê jornal.
O GLOBO: O que
você achou da postura do Supremo Tribunal Federal (STF) no julgamento do
mensalão?
JOSÉ DE ABREU:
Há muita coisa para se discutir. O mensalão tucano (processo ocorrido em 1998,
na campanha à reeleição de Eduardo Azeredo (PSDB) ao governo de Minas, que
envolve personagens e características semelhantes ao caso julgado no STF com
réus petistas) é muito anterior e não foi julgado. Por que o José Dirceu é
julgado em última instância sem ter uma instância intermediária? Ele não tem
foro especial.
O GLOBO: Mas
você acredita que houve o mensalão?
JOSÉ DE ABREU:
Mensalão é uma palavra idiota. Mensalão é o quê? Sabatina mensal? Mensalão
significa que (os deputados) ganhavam dinheiro para votar (a favor de projetos
do ex-presidente Lula no Congresso)? Quais foram essas leis votadas? Quantas
vezes por mês foram dado dinheiro aos deputados? Qual é a relação do dinheiro
teoricamente dado e a lei e votada a favor do PT? Nenhuma. E se tivesse teria
de anular a lei. Se você ouvir a ministra Carmem Lúcia: "não tenho provas
contra José Dirceu, mas a literatura jurídica me permite condená-lo". O
que é isso? Num juízo penal? É um absurdo! Na entrevista para o jornal
"Folha de S. Paulo", o procurador procurador-geral (da República)
Roberto Gurgel assumiu que não havia provas.
Fonte: O Globo
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