Diamante completa hoje 51 anos de emancipação política: Prefeito Hércules Mangueira parabeniza a cidade. Veja!
O município de Diamante, Sertão da Paraíba, localizado a 449 quilômetros da capital do Estado, completa neste domingo (30) de dezembro, seus 51 anos de emancipação política. A data será lembrada com missa em ação de graças na Igreja Matriz de Nossa Senhora da Conceição a partir das 19h.
Sua emancipação se deu
através da Lei Estadual nº 2.655, assinado pelo então governador Pedro
Moreno Gondim, no dia 21 de dezembro de 1961. Seu primeiro prefeito
(nomeado) foi o senhor Arsênio da Costa Mangueira, que ficou no cargo
até o dia 30 de dezembro de 1962.
Sua primeira eleição
direta aconteceu no dia 01 outubro de 1962, quando seus habitantes
elegeram seu primeiro prefeito. Na ocasião, o agropecuarista e
comerciante Argemiro Abílio de Sousa pai do deputado Armando Abílio,
juntamente com o seu vice, o também agropecuarista e comerciante Joaquim
Serafim de Sousa assumiram a administração do novo município, que
governaram a partir de 01 de janeiro de 1963 a até 31 de dezembro de
1967.
Atualmente o município é administrado por Hércules Mangueira Barros Diniz, que está parabenizando o seu município nesta data.
Veja a história completa abaixo:
Faz-se necessário
afirmar que estas terras foram concedidas pelo governador da Capitania,
Antônio Borges da Fonseca ao sertanista Manoel de Sousa Olival, dando
início à povoação do lugar. Em 1768, no governo de Jerônimo José de
Mello e Castro, o sertanista José Félix de Sá, adquire por concessão,
légua e meia quadrada de terras centralizada no Olho D'água de Diamante,
que servia para a criação de gado. Em 1816, o Capitão Domingos João
Dantas, morador no Piancó e que via a possibilidade de expandir seus
negócios na região pede concessão de terras nesta região aos
governadores interinos da Província da Paraíba, André Alves Pereira e
Ribeiro Cirne, com o intuito de explorá-las. Aceito o pedido, a chefia
do governo estadual confia-lhe um bom pedaço de terra, que ao norte
extremava-se com a fazenda Jenipapo, ao sul com os sítios Antas e
Bruscas, ao leste com a fazenda São Boa Ventura e ao oeste com o sítio
Milho D'angola e Santana, que a partir de então teve seu desenvolvimento
bastante acentuado. Desse modo, no centro desses limites teve origem a
povoação.
Já bem estabelecido e
explorando as terras do pequeno vilarejo, o Capitão Domingos João Dantas
via naquela gente humilde sua vigorosa fé em Deus, a qual era expressa
principalmente na figura de seu vaqueiro, José Veríssimo. Homem íntegro,
de fé profunda, temente a Deus e devoto de Nossa Senhora, crente que
poderia ser atendido pelo seu patrão, resolve fazer um pedido todo
especial, ou seja, que o senhor dono daquelas terras doasse uma pequena
leva ao patrimônio da Igreja, com o intuito de que no vilarejo fosse
erguida uma pequena capelinha, onde todos os seus habitantes pudessem se
reunir para as orações e as práticas de suas celebrações de vida.
Em 1846, o vaqueiro José
Veríssimo tem o seu pedido atendido e o Capitão Domingos João Dantas
faz a doação do terreno. No mesmo ano começa a ser erguida uma pequena
latada, rústica em sua estrutura e coberta com palhas de carnaubeira,
que no seu interior abrigava um simples oratório, com a imagem de Nossa
Senhora do Rosário. São nestas condições que o povo se reunia para as
suas orações. Devido ao aumento de moradores que freqüentavam aquele
local simples, o local tornava-se pequeno para acomodar tanta gente, que
a cada dia crescia também na fé. Desse modo, ao sentir a necessidade da
transformação da pequena latada em um local mais aprazível para os
encontros religiosos da comunidade, em 1856, dava-se início a construção
da capelinha, que ao seu redor via também a elevação das primeiras
residências. Com isso, o pequeno vilarejo vislumbra seu crescimento.
Coube a Luís Antônio, José Maria Franco, Antônio Vicente a
responsabilidade pela construção e acabamento da capela e do cruzeiro,
que, para a alegria da comunidade, recebeu a imagem de Nossa Senhora da
Conceição, talhada em madeira, doada pelo Capitão Domingos João Dantas.
Após a grande seca de
1877, voltam os bons invernos, e o povoado, privilegiado pela sua
localização, entre o rio Piancó e o riacho do Saco (Sabonete), logo
atraiu novos moradores, que muito contribuíram para o crescimento do
pequeno povoado. Merecem destaques os senhores, Abílio Sérvulo de Sousa
(1842-1920). Homem de profunda religiosidade e fé era casado com Águida
Barreiro de Sousa, que constituiu grande família no Sítio Sabonete,
vindo a ser posteriormente as famílias ABÍLIO e PEGADO uma das mais
tradicionais do município. Grande agropecuarista, muito fez pela cidade,
principalmente no campo religioso. Além deste, outra grande
personalidade que muito contribuiu para o desenvolvimento do atual
município de Diamante foi o fidalgo Gervásio de Sá Pegado (1842-1900).
Vindo de Portugal, aportou em Princesa Isabel, casando-se com a senhora
Cecília Antas Pereira. Ao saber da riqueza das terras de Diamante, logo
se mudou e instalou a primeira beneficiadora de algodão da região na
localidade. Além de grande comerciante foi também agropecuarista. Seu
rebanho de bovinos era o maior de todo aquela região sertaneja, que era
comercializado em Itabaiana, município localizado no baixo Paraíba, além
de outras cidades do estado de Pernambuco.
Formação Administrativa
O atual município de
Diamante que já foi por muito tempo distrito de Misericórdia, atual
Itaporanga, obriga-nos a recorrer a essa importante cidade do Vale do
Piancó, para bem entender nossa história.
Dado seu crescimento
pujante, o antigo distrito que pertencia a Piancó, logo foi desmembrado,
adquirindo sua autonomia pela Lei Provincial n° 104, de 11 de dezembro
de 1863, verificando-se sua instalação no dia 09 de janeiro de 1865, com
o nome de Misericórdia. Pôr efeito do Decreto-lei Estadual n° 1.164, de
15 de novembro de 1938, ganha o nome de Itaporanga, que em tupi-guarani
significa "pedra bonita". A partir de então passa a ter mais um
distrito: o de São Paulo, cujo nome foi uma sugestão do Pe. Joaquim
Ludugero Pereira Diniz, vigário dessa comuna, que antes era chamava de
vilarejo “Paulo Mendes”. Pelo Decreto-lei Estadual nº 520, de 31 de
dezembro de 1943, que proibia o nome idênticos de localidades em todo o
Brasil. Sendo assim, o distrito de São Paulo passou no dia 04 de janeiro
de 1944 a denominar-se Diamante. Devido seu crescimento o novo distrito
foi elevado à categoria de município através da Lei Estadual nº 2655,
assinado pelo então governador Pedro Moreno Gondim, no dia 21 de
dezembro de 1961. Sua instalação se deu no dia 30 de dezembro de 1961 e
seu primeiro prefeito nomeado foi o senhor Arcênio da Costa Mangueira,
que ficou no cargo até o dia 30 de dezembro de 1962.
Sua primeira eleição
direta aconteceu no dia 01 outubro de 1962, quando seus habitantes
elegeram seu primeiro prefeito. Na ocasião, foi eleito o agropecuarista e
comerciante Argemiro Abílio de Sousa, juntamente com o seu vice, o
também agropecuarista e comerciante Joaquim Serafim de Sousa, que
governaram o município a partir de 01 de janeiro de 1963 a até o 31 de
dezembro de 1967.
A primeira câmara de
vereadores do município também fora eleita neste mesmo pleito e era
assim constituída: Creciano Alves de Sousa, Crisanto Abílio de Sousa,
Francisco Miguel Diniz, Pedro Antas Pereira, Pompeu de Sousa Diniz e
Normélia Mangueira Neves.
Atualmente o município é
administrado por Hércules Mangueira Diniz, filho de Hermes Mangueira
Diniz (1942-2000), que governou o município por três mandatos. Foi uma
das grandes lideranças políticas, deixando, portanto, um legado extenso
na vida política do município de Diamante.
Argemiro Abílio de Sousa
O Grande Benfeitor
Argemiro Abílio de Sousa
tem suas origens nas terras do Sítio Sabonete, de propriedade de seu
genitor, tronco da família ABÍLIO e PEGADO, onde nasceu aos
................ dias do mês de ........................ do ano de 1910,
sendo seus pais o senhor João Abílio Sérvulo de Sousa e dona Joana
Abílio Pegado de Sousa. Casou-se com dona Luiza Martins Abílio Vieira e
do seu matrimônio teve os seguintes filhos: Maria Antuza Abílio Durate,
Armanda Maria Abílio Diniz e Armando Abílio Vieira. Veio a falecer aos
....... dias do mês de...... do ano de 1983.
A respeito desse grande
personagem de nossa história local, pode-se dizer que, em qualquer
estudo que se faça da história política de Diamante a partir da década
de 60, há de se ressaltar a figura do homem público Argemiro Abílio de
Sousa.
A trajetória deste
ilustre homem sertanejo e cidadão diamantense constituiu-se em
verdadeiro sacerdócio, traduzido em vocação constante, sincera e
intransigente na defesa das causas dos mais necessitados de sua terra. O
desejo de servir era, em Argemiro Abílio, uma qualidade inata,
autêntica, reforçada pelo despojamento material absoluto que compunha
seu estilo de vida.
Primeiro
prefeito eleito do município de Diamante transplantou o espírito
rigoroso com que pautava sua vida para o campo da administração. Dessa
forma, sem incorrer a qualquer tipo de injustiça àqueles que vieram
depois dele para comandar os destinos de Diamante, em Argemiro Abílio de
Sousa podemos dizer sem nenhuma paixão advinda da emoção que,
incontestavelmente foi, é e continuará sendo eternamente o grande
benfeitor desta terra.
Sua larga obra
administrativa e os inúmeros serviços prestados à comunidade
impulsionaram o desenvolvimento da cidade e do município, graças a sua
indelével sensibilidade e competência no trato da coisa pública.
Diamante como município
recém criado teve em seu primeiro prefeito a visão universal de um homem
que lhe deu a infra-estrutura necessária, as quais ainda hoje têm seu
caráter atemporal. Nada que fez foi efêmero. A tudo que construiu,
emprestou o sentido das coisas imperecíveis. Entendeu sempre que as
coisas passam e se esgotam com o correr do tempo inexorável, mas são pôr
elas também que os instrumentos da imortalidade se fazem presentes a
cada dia na medida em que são utilizados para a realização do bem comum.
Por tudo isso é que
podemos dizer que o prefeito Argemiro Abílio de Sousa foi um ser
racional quase perfeito. Não é gratuitamente que seu nome se inscreve e
está perpetuado como o maior administrador de seu tempo. Seu governo
ainda é hoje considerado como um dos mais dinâmicos e profícuos de
Diamante.
Homem de profunda fé em
Deus e devoto de São Sebastião, nunca se abateu diante das dificuldades
que enfrentou. Sério em suas ações, de espírito público elevado,
cumpridor da palavra empenhada, probo e de ações transparentes nunca
buscou privilégios pessoais. Antes de tudo, o raio de suas ações
estiveram sempre voltados para o bem comum e os interesses superiores de
querida terra natal.
Como legado de suas
ações políticas deixou a marca do serviço prestado a Diamante, mas,
sobretudo o caráter de honestidade que emprestou a tudo que realizou.
Como herança de tudo que
deixou no campo político hoje temos o seu filho, deputado federal
Armando Abílio Vieira, que denodadamente ao longo de sua vida
parlamentar vem dando continuidade ao trabalho do seu pai, contribuindo
incomensuravelmente com o desenvolvimento de Diamante e bem estar de seu
povo.
Caracterizações do Município de Diamante
Localização e Acesso
O município de Diamante
ocupa uma área de 211 km2 e está distante 489 km da capital do estado da
Paraíba, João Pessoa. Está localizado na região Oeste do Estado da
Paraíba, mesorregião de Cajazeiras, limitando-se ao Sul com Santana de
Mangueira e Curral Velho; a Oeste com Ibiara e Conceição; a norte com
São José de Caiana; a Nordeste com Itaporanga e a Leste com Boa Ventura.
A forma de seu
território é alongada no sentido norte/sul e apresenta uma reentrância
formando uma cintura, no sentido leste/oeste. A sede municipal apresenta
uma altitude de 310m e coordenadas geográficas de 38o 09’ 03’’
Longitude Oeste e 07o 18’ 14’’ de Latitude Sul.
O acesso ao município se
dá a partir de João Pessoa, através da BR-230 até a cidade de Patos,
onde toma-se a BR-361 até Itaporanga. A partir desta, segue-se por mais
16 km, entrando-se em via pavimentada a esquerda percorrendo-se cerca de
8 km até a sede municipal.
Relevo
O relevo acha-se incluso
na denominada “Planície Sertaneja”, a qual constitui um extenso
pediplano arrasado, onde localmente se destacam elevações residuais
alongadas e alinhadas com o “trend” da estrutura geológica regional.
Dessa forma o relevo do município apresenta forma irregular com terrenos
altos e baixos, que se alteram com áreas onduladas, conjuntos de
serras, solos pedregosos e solos argilosos. Suas maiores altitudes
encontram-se na serra Grande com 705 m, serra dos Picos com 695 m, serra
da Mata Limpa com 650 m, serra do Exú com 632 m, serra dos Barreiros
com 520 m, serra da Vaca Morta com 480 m, serra do Olho D’água e serrote
da Ema com 450 m, respectivamente.
Aspectos Fisiográficos
Em termos climatológicos
o município acha-se inserido no denominado “Polígono das Secas”,
constituindo um tipo semi-árido quente e seco, segundo a classificação
de Koppen. As temperaturas são elevadas durante o dia, amenizando a
noite, com variações anuais dentro de um intervalo 23º a 30º C, com
ocasionais picos mais elevados, principalmente durante a estação seca. O
regime pluviométrico, além de baixo é irregular com médias anuais em
torno de 1.090mm/ano. Devido às oscilações dos fatores climáticos, podem
ocorrer variações com valores para cima ou para baixo do intervalo
referenciado. No geral, caracteriza-se pela presença de apenas 02
estações: a seca, que constitui o verão, cujo clímax é de setembro a
dezembro e a chuvosa, denominada pelo sertanejo de inverno.
A vegetação é de pequeno
porte típica de caatinga xerofítica, onde se destaca a presença de
cactáceas, arbustos e árvores de pequeno a médio portes. Os solos são
resultantes da desagregação e decomposição das rochas cristalinas do
embasamento, sendo em sua maioria do tipo Podizólico Vermelho-Amarelo de
composição arenoargilosa, tendo-se localmente latossolos e porções
restritas de solos de aluvião.
A rede de drenagem é do
tipo intermitente e seu padrão predominantemente dentrítico, devido à
existência de fraturas geológicas, mostra variações para retangular e
angular. Os riachos e demais cursos d’ água que drenam a área, pertencem
a denominada Bacia do Rio Piancó.
Águas Superficiais
O município de Diamante
encontra-se inserido nos domínios da bacia hidrográfica do Rio Piranhas,
sub-bacia do Rio Piancó. Seus principais tributários são: o Rio Piancó e
os riachos do Logradouro, do Meio, Chatinha, Carnaúba, Olho d’Água, do
Saboente, do Saco e os córregos da Onça, do Romão, Umburana e dos Bois.
Todos os cursos d’água têm regime de escoamento intermitente e o padrão
de drenagem é o dendrítico.
DIAMANTE ONLINE COM TEXTOS DE GERALDO MENDES
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