Sertanejos buscam alternativas para fugir do sol forte e calor que vai além da temperatura dos termômetros. Veja!
Quem mora no Sertão da Paraíba tem
que procurar alternativas para tentar fugir do sol forte e calor intenso nesta
época do ano. Enfrentando uma média de temperatura de 39ºC, os sertanejos
buscam meios para aliviar a sensação de calor que, segundo os meteorologistas,
vai além da temperatura registrada nos termômetros, devido a pequena quantidade
de árvores, o asfaltamento de ruas e muitas construções que restringem o espaço
de áreas frias nas cidades.
É justamente no mês de dezembro,
quando as temperaturas sobem mais, que, para aliviar a sensação quente,
populares ficam mais tempo fora de casa, sentados nas calçadas ou nas praças
públicas à noite e durante o dia, com sombrinhas e protetores solares, artigos
básicos que não podem faltar. Mas o clima quente também traz um lado positivo e
quem ganha com isso são os vendedores e comerciantes que trabalham para
consolar a população incomodada com as altas temperaturas.
Há cerca de um mês morando no
município de Patos, a estudante de Odontologia Ana Mozzer contou que já perdeu
seis quilos depois que saiu de Campina Grande. A estudante explicou que o calor
intenso provocou a perda de peso e também já mexeu com o bolso de muitas colegas
suas. “Elas dizem que a conta de energia está mais alta por causa do uso de
eletrodomésticos como o ventilador”, disse. Em sua casa, as portas e janelas
permanecem abertas durante todo o dia e, até na universidade, a preferência são
pelas salas climatizadas.
“São dois aparelhos de
ar-condicionado por sala e, mesmo com a temperatura dos equipamentos muito
baixa, preferimos permanecer nas salas mesmo sem aula, porque o calor fora do
ambiente é insuportável”, contou. Ruim para alguns, muito bom para outros, como
o técnico em eletrônica, Francisco de Assis Araújo, que afirmou que a demanda
para consertos de ventiladores aumentou em mais de 500% nas últimas semanas,
resultado das altas jornadas a que são submetidos os aparelhos, além de suas
capacidades de utilização.
“Os ventiladores chegam a ficar 24
horas acionados sem interrupção. Ninguém aguenta ficar em casa sem o auxilio
deles”, constatou. O técnico está assoberbado de serviços, assim como os
vendedores de coco Fernando da Silva e Francisco Vieira, que trabalham nos
municípios de Patos e Sousa, respectivamente.
Francisco apostou no ramo há oito
meses e agora aproveita os frutos de seu trabalho que aparecem em reais a mais.
Enquanto que no início do novo trabalho ele conseguia vender diariamente 50
copos, cada um por R$ 1, nas últimas semanas, passou a vender 80 copos por dia.
No Centro de Patos, Fernando Silva
é mais um entre dezenas de vendedores de água de coco que acabaram surgindo nas
avenidas Solon de Lucena e Epitácio Pessoa, depois que o clima começou a
esquentar. De acordo com ele, a comercialização do produto foi ampliada em mais
de 300% e para atender a demanda está recebendo a mercadoria proveniente das
Várzeas de Sousa.
A sensação de calor é tão grande na
região que os consumidores estão preferindo ir às compras entre o final da
tarde e início da noite, aproveitando que o comércio abre suas portas mais cedo
por causa do final do ano.
JP ONLINE
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