Faltam professores no ensino superior na PB. UEPB apresenta maior carência. Veja!
As quatro
instituições públicas de ensino superior da Paraíba precisariam de mais de mil
novos professores para suprir a demanda de alunos. A constatação é de entidades
que representam os docentes de curso superior no Estado. Elas explicam que as
universidades vêm crescendo desde 2007, com expansão e criação de cursos e
aumento na oferta de vagas. No entanto, a contratação de novos profissionais de
ensino não seguiu o mesmo ritmo.
Das três
universidades públicas do Estado, a Universidade Estadual da Paraíba (UEPB) é a
que apresenta a maior carência de docentes efetivos. A instituição tem o quadro
de 1.200 professores concursados distribuídos para lecionar nos oito campus no
Estado, mas a estimativa da Associação dos Docentes da universidade (Aduepb) é
que seriam necessários pelo menos 500 novos profissionais.
“À medida que
cada novo campus foi criado, a partir de 2007, existiu também uma demanda de
professores específicos para trabalhar nos cursos. Mas, a UEPB ainda permanece
sem fazer os concursos necessários ao provimento dessas vagas e o professor
substituto, que legalmente seria apenas para dar suporte ao professor efetivo,
é uma realidade permanente na instituição”, declarou a diretora da Aduepb,
Cristiane Nepomuceno.
“Com isso, a
universidade gasta menos, à medida que ela não se sente obrigada a pagar a
mesma remuneração que pagaria a professor efetivo com a mesma titulação”,
completou ela.
A docente ainda
explicou que a falta de professores efetivos na instituição estadual ocorre em
todas as áreas de graduação e denuncia que o problema afeta também as áreas de
pesquisa e extensão da universidade. “Essa situação acontece em praticamente
todos os departamentos e isso prejudica o professor a desenvolver atividades
para além das aulas. São professores substitutos permanentes, porque existe a
vaga, mas não se faz um concurso e aí esse professor termina ocupando a vaga
que é de um efetivo”, disse.
Nas
universidades federais da Paraíba (UFPB) e de Campina Grande (UFCG), o déficit
de profissionais é estimado em 200 para cada uma. Segundo os representantes dos
docentes das instituições, as áreas de ensino mais afetadas são de ciências
exatas, licenciaturas e saúde. Segundo o diretor da Associação dos Docentes da
UFPB (Adufpb), Jaldes Menezes, no campus de João Pessoa a carência é mais
sentida nas graduações de licenciaturas. Já nos campus do interior, o problema
afeta os alunos dos cursos das áreas de exatas.
“A UFPB tem
2.500 professores, mesmo assim nós temos um déficit nos cursos de licenciatura
em Física, Matemática, História, Química. Nos campus do interior isso também
acontece, mas o Litoral Norte é o campus mais precarizado. Tivemos um
crescimento na universidade por conta do Reuni, em 2007. Mas as salas estão
abarrotadas de alunos, com 60 e até 70 alunos por turma, e os professores ficam
sobrecarregados. Então, a universidade precisa contratar mais professores”,
completa.
Na UFCG o
problema se repete e a área de saúde é a mais carente de profissionais. O
diretor-secretário da Associação dos Docentes da UFCG (Adufcg), Antonio Lisboa,
reclama que a contratação de professores substitutos prejudica os estudantes e
os professores que precisam se afastar para qualificações de pós-graduação.
“Desde 2007 que
a universidade não tem um programa para qualificação de professores, alegando
que não tem como contratar substitutos. Nos campus de Cuité, Campina Grande,
Patos e Cajazeiras temos problemas de falta de docentes para dar conta das disciplinas
regulares, acompanhar os alunos em estágios e programas de pesquisa”, reclamou.
Já no Instituto
Federal de Educação, Ciência e Tecnologia (IFPB) são 1.200 professores, ,
segundo informações da Associação dos Docentes da instituição (Adifpb). A quantidade
é considerada insuficiente e, ainda de acordo com os representantes dos
docentes, seriam necessários pelo menos 100 novos educadores.
“Apesar da
instituição ter feito muitos concursos, principalmente para o interior, os
professores não assumem porque a instituição não oferece a infraestrutura
necessária na cidade. Estamos precisando de docentes nas áreas de tecnologia,
principalmente nas engenharias”, disse a presidente do Sindicato dos
Professores do IFPB, Vânia Medeiros.
PROBLEMA SE
REPETE NO ENSINO BÁSICO
A falta de
professores também é um problema recorrente no ensino básico. Segundo o
Sindicato dos Trabalhadores na Educação do Estado da Paraíba (Sintep-PB),
seriam necessários pelo menos seis mil novos educadores para as mais de 800
escolas da rede. De acordo com o presidente do sindicato, Paulo Tavares, a
carência maior é na área das disciplinas de exatas.
“A escola
estadual está sendo implementada com os professores prestadores de serviço. No
último concurso, a maioria dos professores foram chamados, mas ainda temos
alguns processos. Mesmo assim, o quadro que temos não supre as necessidades do
Estado e seriam necessários no mínimo, seis mil professores de um novo
concurso”, reclamou Paulo Tavares.
Ainda segundo o
professor, na maioria das escolas estaduais também não há profissionais como
psicólogos, orientadores educacionais e assistentes sociais para atender os
alunos. “A Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB) fala sobre a
necessidade da atuação desses profissionais nas escolas para o complemento
pedagógico, porque a escola hoje não é formada apenas pelos professores e
diretores”, disse o presidente do Sintepb, Paulo Tavares.
ASSESSORIA
A reportagem procurou a Secretaria de Estado de Educação, mas não obteve
êxito. Através da assessoria de imprensa, o órgão esclareceu que a única pessoa
autorizada a falar sobre o assunto é a titular da pasta, Márcia Lucena, que
estava retornando ontem da Alemanha, onde cumpriu agenda de trabalho.
Foto: Internet
Fonte: Jornal da Paraíba
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