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Seca: Conferência projeta agravamento no semiárido. Veja!



As mudanças climáticas globais devem agravar os problemas de seca na região do semiárido brasileiro e a perspectiva é que esse fenômeno aconteça em períodos prolongados nos próximos anos. Esta é a avaliação de pesquisadores que participaram, ao longo desta semana, em São Paulo, da 1ª Conferência Nacional de Mudanças Climáticas Globais (Conclima).

Dados do Centro Nacional de Gerenciamento de Riscos e Desastres (Cenad) apontam que somente nos últimos dois anos foram registrados 1.466 alertas de municípios no semiárido que entraram em estado de emergência ou de calamidade pública em razão de seca e estiagem. Estes desastres naturais podem ser mais duradouros e a Paraíba está entre os estados brasileiros mais suscetíveis a enfrentar o agravamento do problema.

Segundo o pesquisador Marcos Airton de Sousa Freitas, especialista em recursos hídricos e técnico da Agência Nacional de Águas (ANA), o semiárido (que abrange Paraíba, Bahia, Sergipe, Alagoas, Pernambuco, Rio Grande do Norte, Ceará, Piauí e o norte de Minas Gerais) vive hoje o segundo ano do período de seca, iniciado em 2011, que pode se prolongar por tempo indefinido. Um estudo da ANA aponta que a duração média dos períodos de seca no semiárido é de 4,5 anos, mas alguns estados vêm enfrentando período de seca que já superaram esta margem de tempo, com chuvas abaixo da média estimada.

“Caso não haja, em breve, um aporte considerável de água nos grandes reservatórios destes estados, pode haver uma transição do problema da seca que se observa hoje no semiárido, mais rural, para uma seca ‘urbana’, que atingiria a população de cidades abastecidas por meio de adutoras desses sistemas de reservatórios”, ressaltou Marcos Airton, acrescentando que, como forma de se precaver, já que os cenários apresentados não são positivos, há uma necessidade urgente de se repensar as atividades econômicas agrícolas destas regiões, de forma que se passe a trabalhar com lavouras que sejam menos dependentes do uso da água.

De acordo com o pesquisador, “o que tem-se visto é que talvez a agricultura não seja a atividade mais sustentável para o semiárido e há evidências de que é preciso diversificar as atividades produtivas na região, não dependendo apenas da agricultura familiar, que já enfrenta problemas de perda de mão de obra, uma vez que o aumento dos níveis de educação leva os jovens da região a se deslocar do campo para a cidade”.

Algumas pesquisas já vêm sendo desenvolvidas por instituições como a Embrapa, mas ainda não há uma conclusão sobre que tipos de cultivos podem ser mais adaptáveis para a região semiárida, conforme explicou Marcos Airton. Ele adverte que também é preciso ter cuidado com o surgimento de novas pragas, já que a seca eleva a vulnerabilidade das lavouras que, sem água suficiente, ficam frágeis e menos resistentes.


Outra alternativa para a região semiárida é a construção, cada vez mais, de cisternas para captação de água. O sistema funciona com maior eficácia nas comunidades rurais do semiárido. Através destes equipamentos, a água das chuvas é capturada por calhas, instaladas nos telhados das casas e armazenada em cisternas cobertas e semienterradas. Elas são construídas com placas de cimento pré-moldadas e têm capacidade de armazenar até 16 mil litros de água.



Foto: Reprodução
Fonte: JP Online
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