Greve da UEPB completa 52 dias hoje. Veja!
A greve dos professores e técnicos
administrativos da Universidade Estadual da Paraíba (UEPB) completa 52 dias
nesta segunda-feira (15) sem perspectiva de término.
Mesmo a reitoria estando aberto a negociação,
tendo inclusive se reunido diversas vezes com o comando de greve das duas
categorias, a greve permanece comprometendo o calendário letivo da instituição.
Com a paralisação, cerca de 22 mil alunos dos 8
Campus da instituição estão sem aulas.
Por conta da greve o atendimento nas Clínicas
Escolas de Fisioterapia, Odontologia, Psicologia e Enfermagem instaladas no
Campus I em Campina Grande, estão sem funcionar, prejudicando centenas de
pessoas que dependem dos serviços oferecidos gratuitamente pela universidade.
Mais de 1.800 atendimentos deixaram de ser
realizados nas quatro unidades de saúde da Universidade Estadual da Paraíba
(UEPB), no bairro de Bodocongó, em Campina Grande, desde que professores e
servidores técnicos, deflagraram greve no final do mês passado. Por causa
disso, os pacientes que utilizavam os serviços nas clínicas de Fisioterapia,
Odontologia, Enfermagem, Psicologia e no Laboratório de Análises Clínicas (LAC)
estão tendo que buscar atendimento em outras unidades vinculadas ao Sistema
Único de Saúde (SUS).
Os docentes reivindicam um reajuste salarial de
17,7%, e os técnicos administrativos solicitaram inicialmente reajuste de
10,5%. Segundo o reitor da UEPB, Rangel Júnior, a paralisação já impediu o
cumprimento do ano letivo ainda em 2013. "O período letivo não tem a menor
condição de ser concluído dentro do semestre como era previsto, já temos as
férias de julho comprometidas e as de dezembro e janeiro também parcialmente
comprometidas. O ano letivo não se encerra mais em 2013, pois se foram mais de
45 dias de aulas perdidas e não se pode imprensar o calendário porque os
programas precisam ser cumpridos”, relatou Rangel Júnior.
O reitor reafirma que o orçamento disponível para
a universidade este ano, impossibilita qualquer concessão de reajustes. Todos
os cálculos e projeções, segundo ele, mostram que a instituição não tem
condições de oferecer os reajustes. A previsão orçamentária para a UEPB para
este ano é de R$ 231 milhões, mas dados da Pró-Reitoria de Planejamento e
Desenvolvimento (Proplad) apontam que só a despesa com pessoal vai consumir
cerca de R$ 201 milhões. De acordo com o reitor Rangel Júnior, o peso atual da
folha de pagamento inibe a capacidade de investimento da universidade e impede
a concessão de reajustes aos grevistas. O valor do orçamento da UEPB aprovado
na Assembleia Legislativa foi de R$ 241 milhões, devido à inclusão de R$ 10
milhões em emendas parlamentares, mas o valor das emendas ainda não foi
executado pelo governo.
O presidente da Associação dos Docentes da UEPB
(AduePB), José Cristovão de Andrade, garante que o movimento já atingiu mais de
80% da categoria. Na semana passada, o comando de greve dos dois sindicatos
resolveram cobrar do governo do Estado uma postura, e exigiram o
restabelecimento da Lei da Autonomia.
A Assembleia Legislativa realizou uma sessão
especial para debater a greve da UEPB. Uma comissão composta por representantes
da instituição, do comando de greve, representante dos estudantes, representante
ALPB e do Sindicato dos Docentes das Instituições de Ensino Superior (Andes)
foi formada.
O deputado Vituriano de Abreu (PSC), que foi
relator na Assembleia do projeto de Orçamento do estado para 2013, disse
durante a audiência pública que os parlamentares apresentou em 2012 uma emenda
de R$ 10 milhões para serem aplicados na universidade. Ele lembrou que a Emenda
foi aprovada pela Casa de Epitácio Pessoa e sancionada pelo governo. “É bom que
se registre que esta emenda é um acréscimo para o orçamento normal da UEPB para
este ano”, afirmou.
Na última quinta-feira, atendendo propositura do
vereador Bira (PSB) a Câmara Municipal de João Pessoa (CMJP), também realizou
uma sessão especial para debater a situação da paralisação das atividades da
UEPB que está prejudicando mais de 22 mil alunos em todo o estado. Durante a
sessão, os grevistas afirmaram que revistas o governo estava descumprindo lei
da autonomia. O senador Cícero Lucena que também participou da sessão, lamentou
a insensibilidade do governo do Estado, o responsável segundo ele, pela crise
na instituição. "O que temos visto é um total desrespeito do governo com a
universidade. A UEPB deveria ser um suporte para oportunizar a interiorização
do ensino superior no estado”lamentou.
Os professores da Universidade Estadual da
Paraíba (UEPB), paralisaram as atividades no dia 21 de fevereiro, enquanto que
os técnicos administrativos entraram em greve no dia 20 do mesmo mês.
Fonte: PBAgora
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