Caso Fernanda Ellen: assassino detalha como matou estudante e revela: “mereço a morte”. Veja!
O assassino confesso da estudante Fernanda Ellen, Jefferson
Luís de Oliveira Soares, 25 anos, concedeu entrevista a imprensa e detalhou
como matou a estudante. Preso na sede da Central de Polícia Civil, em João
Pessoa, Jefferson confessa que o crime que cometeu é imperdoável e revela que
tem medo de morrer. “Mereço a morte, mas tenho medo de morrer. Vou pagar caro”.
Em outro ponto da entrevista ao repórter Emerson Machado, TV
Correio, o jovem comentou que ao ficar frente a frente com o pai da estudante,
Fábio Júnior, não teve coragem de olhar para o pai. Jeferson reiterou que não é
psicopata e teria cometido o crime sob forte efeito das drogas. “Eu não me
lembro de muita coisa no dia do crime. Mas, eu não estuprei a garota. Não sou
doente, nem psicopata”, disse o acusado.
Jefferson Luís será encaminhado para o Presídio
Desembargador Flósculo da Nóbrega (Róger), nesta quarta-feira (10), após o juiz
Wolfram da Cunha Ramos decretar a prisão preventiva do assassino confesso da
estudante Fernanda Ellen. Ele ficará na
unidade prisional até o julgamento. O decreto de prisão atribui a Jefferson os
crimes de latrocínio e ocultação de cadáver.
Á polícia, o acusado
disse que estrangulou a estudante Fernanda Ellen, de 11 anos, depois que ela se
recusou a lhe dar R$ 20 para comprar pedras de crack.
Segundo relatos do acusado, ele resolveu matá-la para ficar
com o aparelho celular, vendê-lo e trocá-lo pela droga e nega que tenha
cometido qualquer tipo de estupro. Apesar disso, a polícia não descarta essa
hipótese e aguarda o resultado da perícia médica do Instituto de Polícia
Científica (IPC), que deve sair em até 15 dias.
Depois de estrangular a criança, ele teria colocado o corpo
de Fernanda embaixo da cama de casal onde dormia e só o enterrou no quintal na
madrugada do dia seguinte.
Estes foram os detalhes mais chocantes do crime relatados na
entrevista coletiva concedida pelo delegado adjunto do Grupo de Operações
Especiais da Polícia Civil (Goe), Aldrovilli Grisi, junto com o secretário de
Estado da Segurança e da Defesa Social, Cláudio Lima e o comandante geral da
Polícia Militar da Paraíba, coronel Euller Chaves, na Escola de Serviço Público
do Estado da Paraíba (Espepe), em Mangabeira, zona sul da Capital, na manhã
desta terça-feira (9).
As autoridades informam que ele está à disposição da
secretaria estadual de segurança porque ainda será ouvido sobre outros crimes
que tenha cometido no passado, como um provável estupro contra uma estudante
universitária, em 2010.
Jefferson Luís morava há três anos no endereço onde cometeu
o crime, no Alto do Mateus, zona Oeste de João Pessoa, e é pai de duas filhas,
uma de 3 outra de 8 anos.
Fim do mistério
Três meses e um dia depois do desaparecimento da estudante
Fernanda Ellen (11), a Polícia anunciou que conseguiu desvendar o caso. O
desfecho foi surpreendente. Segundo as autoridades, Jefferson Luís Oliveira
Soares (25) confessou o crime e está preso.
De acordo com o o delegado adjunto do Grupo de Operações
Táticas na Paraíba (GOE), Aldrovilli Grisi, em março, as autoridades
conseguiram rastrear e encontrar o telefone de Fernanda Ellen com uma garota de
programa que confessou ter trocado o aparelho por pedras de crack, na rua da
Areia (centro da Capital, numa área onde ficam casas de prostituição); essas
drogas também foram consumidas pelo acusado. Na época, ela fez um retrato
falado do suspeito.
Aldrovilli revelou que a prostituta não é traficante, não
fez sexo com Jefferson e agora está recebendo apoio da Secretaria Estadual de
Saúde para tratamento contra o vício, por ser considerada apenas usuária de
entorpecentes.
O acusado se fez de amigo da família
Familiares da estudante Fernanda Ellen e um policial militar
se pronunciaram na manhã desta terça-feira (9), sobre a morte da garota e
revelaram que o acusado pelo crime, Jefferson Luís Oliveira, esteve no mesmo
dia do desaparecimento na casa de família da estudante para consolar e
"saber" o que estava ocorrendo.
Conforme o caminhoneiro Fábio Júnior, que é pai da garota, o
acusado se juntou ao mutirão organizado pelos amigos e a família na tentativa
de encontrar a estudante com vida. “Ele foi panfletar nas ruas conosco e ainda
participou de um culto que fizemos. Jamais pensávamos que ele seria capaz de
fazer essa atrocidade”.
O caso
Fernanda Ellen despareceu no dia 7 de janeiro. Ela retornava
da escola a poucos metros de sua casa, repetindo um trajeto dirário que fazia a
pé. A estudante tinha ido ao colégio pegar suas notas finais do ano passado.
Várias frentes de investigação foram levadas em
consideração. Na semana passada, a CPI do Tráfico de Pessoas da Câmara Federal
esteve em João Pessoa. Os familiares chegaram a pedir o ingresso da Polícia
Federal no caso. O deputado federal paraibano Major Fábio (DEM), integrante da
CPI, declarou que não descartava que Fernanda Ellen teria sido vítima do
tráfico de pessoas.
No entanto, a Polícia Civil e a Polícia Militar atuavam em
outra vertente. Já tinham em mãos o celular encontrado com a garota de
programa, que estava detida para averiguações. A partir de um retrato falado
feito com as descrições da prostituta, que atuava na rua da Areia, cidade baixa
de João Pessoa, os familiares confirmaram as semelhanças com a foto de
Jefferson Luís.
Por volta das 17h30 da última segunda-feira (8), a garota de
programa foi até o bairro Alto do Mateus e reconheceu o suspeito como
responsável por tê-la entregado o aparelho celular da vítima desaparecida.
Após abordagem da Polícia Civil, o homem ainda tentou fugir
pulando o muro, mas foi perseguido até ser detido pelos policiais. Já preso,
confessou que matou Fernanda Ellen no mesmo dia em que a estudante desapareceu
e teria enterrado o corpo no dia seguinte.
A notícia da prisão de Jefferson Luís se espalhou pelo
bairro do Alto do Mateus. Cerca de mil pessoas foram para frente da casa do
suspeito e ameçaram linchá-lo e depedrar a casa dele. A rua foi interditada com
a chegada de reforço policial; o próprio suspeito indicou o local onde teria
enterrado a menina.
Peritos do Instituto de Polícia Científica (IPC) foram
chamados à residência; escavaram e encontraram um corpo em avançado estado de
decomposição. O comandante da Polícia Militar, Coronel Euller Chaves, disse não
ter dúvidas de que trata-se de Fernanda Ellen, pelas características inciais do
corpo e pela confissão do vizinho da estudante.
O corpo de Fernanda Ellen foi encaminhado para o Instituto
de Polícia Científica (IPC) para realização de exames de necropsia, arcada
dentária e DNA. De acordo com o gerente de Identificação Criminal e Civil do
instituto, Israel Aureliano, o primeiro exame revela a causa da morte e se
houve crime sexual. “Também foram coletadas amostras do solo, buscando estimar
a data em que o corpo foi enterrado. Além disso, dentro da casa foi realizado
exame com luz forense, que mostra vestígios biológicos, como sangue e esperma,
coletados em pedaços de colchões e lençóis”, revelou o perito.
O resultado dos exames e do DNA devem ser entregues ao
delegado Aldrovilli Grisi em 15 dias. A Polícia Civil já detém amostras da mãe
da menina e do indiciado.
Mobilizações
Familiares e amigos realizaram na noite da última
sexta-feira (5), um protesto por respostas do desaparecimento de Fernanda Ellen
e pelo fim da violência. O grupo percorreu a orla marítima de Tambaú à Cabo
Branco, em João Pessoa. No mesmo dia,
ocorreu a audiência para discutir o caso na Comissão Parlamentar de
Inquérito (CPI) do Tráfico de Pessoas na Assembleia Legislativa, na Capital.
Atualizada ás 09h:37min Fonte: Portal Correio
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