Idosos e até crianças explorados em obras públicas. Funasa começou investigar o caso. Veja!
Moradores de
dois sítios (Coruja e Figueiras), no município de Santana de Mangueira,
confirmaram à reportagem a visita de uma equipe da Funasa (Fundação Nacional de
Saúde), que foi às comunidades na tarde da última quinta-feira, 28, motivada
por denúncia dos próprios residentes de que a construtora responsável pela
execução de cisternas nas localidades estaria obrigando os beneficiários,
inclusive idosos, a trabalhar gratuitamente nas obras, que são financiadas com
recursos públicos e fruto um convênio entre a fundação e a Prefeitura.
Revoltados, os
moradores entregaram um abaixo-assinado aos fiscais da Funasa e relataram todos
os abusos sofridos, confirmando as denúncias. Sob ameaça de ficarem sem o
beneficio se não trabalharem gratuitamente nas obras, eles são obrigados a
escavar, por conta própria, as cisternas. Um serviço que é custeado pelo
governo, que paga mais de 500 reais por cada buraco escavado, mas, conforme a
denúncia, a construtora, não satisfeita com todo o lucro que já tem com a
execução do projeto, explora a mão de obra dos beneficiários e embolsa o
dinheiro que seria para pagar a escavação.
Um dos idosos
das duas localidades, Francisco Rodrigues da Silva, 72 anos, narra que foi
obrigado, sob pena de ficar sem o benefício, a escavar o buraco, o que não fez
por falta de condição física para trabalho tão forçado. Temendo perder a
cisterna, obra tão importante para um lugar seco e distante, famílias inteiras,
mulheres e até crianças, dedicam-se penosamente ao serviço. A coisa é tão
absurda que até a água para fixação do piso das cisternas, quando forem
concluída, cerca de 16 mil litros para cada uma delas, os beneficiários vão ter
que arrumar, mesmo sem qualquer condição de contratar carro-pipa, um serviço
que também é de responsabilidade da empresa.
Nas duas
localidades, um total de 60 cisternas foram iniciadas, mas as queixas dos
moradores são muitas. Eles asseguram que nenhum fiscal da Prefeitura apareceu
no local para averiguar o andamento das obras, e sabem que estão fazendo um
trabalho que é de responsabilidade da construtora e por isso resolveram ligar
para a Funasa e também pretendem procurar o Ministério Público. Fotos: Funasa visita comunidades; morador em
um serviço que não é de sua responsabilidade; e idoso se queixa que está
ameaçado de fica sem o benefício porque não teve força para escavar a cisterna.
Fonte: Folha do Vale
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