89,5% dos prematuros nascidos na Paraíba morrem. Veja!
Nos últimos oito
anos, mais de 400 mil crianças nasceram na Paraíba, mas segundo o levantamento
da Secretaria Estadual de Saúde (SES), de 2006 a 15 de maio deste ano, 4.820
crianças nascidas na Paraíba foram diagnosticadas prematuras.
Destas, apenas
506 (10,5%) sobreviveram, 4.314 morreram, o que corresponde a 89,5% do total.
Os dados da SES mostram que a prematuridade tem matado anualmente uma média de
539,25 bebês, considerando os anos de 2006 a 2013.
Do ano inicial
dessa estatística, até 2012, a quantidade de crianças que nasceram prematuras
se manteve em 600 por ano. Já a taxa de mortalidade permaneceu em torno de 500,
sendo 2008 o ano de maior incidência, com o registro de 603 óbitos com
prematuridade. Os dados foram repassados pela Secretaria de Estado de Saúde
(SES).
Especialistas
afirmam que a realização de um pré-natal bem feito pode reduzir o número de
óbitos em recém-nascidos. Ainda conforme os dados, dos 4.820 nascimentos
prematuros, 2.717 (56,3%) nasceram com peso entre um quilo (kg) e 1,4 kg, 1.653
(34,2%) nasceram pesando 501 gramas (g) até menos de 1kg e 450 crianças com o
peso apenas entre 101g e 500g.
De acordo com o
médico ginecologista e obstetra Eguimar Fernandes, são várias as complicações
que podem levar o recém-nascido à morte, sendo que a mais frequente delas é a
prematuridade, devido à fragilidade que o bebê possui em responder ao
tratamento contra processo infeccioso, que pela baixa imunidade acomete o
prematuro, levando-o muitas vezes a óbito.
“Primeiro, é
preciso que o bebê tenha nascido antes de 37 semanas de gestação para poder ser
considerado prematuro, já que o período normal de uma gravidez é de 40 semanas.
Depois, deve ser tomado cuidado especial com esse bebê para que os fatores
externos não o acometam de modo que cause o óbito, assim como, a dificuldade
natural de respirar que o prematuro tem. Se os cuidados forem feitos de forma
adequada, a taxa de sobrevivência dos nascidos entre 36 e 37 semanas de
gestação é de 90%”, enfatizou.
“Se os dados da
Secretaria de Saúde forem reais, a situação na Paraíba é preocupante e deve ser
revista, pois mostra que o tratamento com os prematuros está sendo feito de
forma inadequada”, completou.
Por outro lado,
Eguimar Fernandes destacou que quanto mais prematuro o bebê nascer, mais
chances de morrer ele apresentará. Para evitar a prematuridade e
consequentemente os óbitos provenientes dela, o médico ressaltou que o
pré-natal é o caminho.
“Nos casos de
uma gravidez planejada, a mulher deve iniciar o pré-natal antes mesmo de
engravidar, já nos casos de uma gravidez indesejada, o tratamento deve ser
iniciado assim que ela souber da gestação. Se a menstruação não veio, deve-se
procurar o ginecologista de imediato e se for confirmada a gravidez, buscar um
bom acompanhamento com um profissional de saúde capacitado, para que sejam
identificados os fatores de risco, evitando assim, o parto prematuro”, frisou.
A auxiliar
administrativa Alane dos Santos Guedes, 27 anos, que está com 5 meses de gravidez,
não pensou duas vezes em fazer o pré-natal. “Sempre tive medo que meu filho
nascesse com algum problema de saúde, por isso desde que descobri a gravidez,
estou fazendo o acompanhamento pré-natal, me alimentando direitinho, dormindo
bem e tudo o que for preciso para que ele nasça no tempo certo e com saúde”,
afirmou.
Ao finalizar, o
obstetra observou que a prematuridade pode ser impulsionada pelo uso de drogas,
como o crack e a cocaína, bem como o consumo de cigarro. Além disso, sobre o
peso da criança ao nascer, ele disse que a alimentação da mãe deve ser
equilibrada.
Fonte: Jaine Alves
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