Na base da vontade, Brasil vence a França e põe fim a incômodo jejum. Veja!

A Seleção ainda
está longe de empolgar. Bem longe. Tanto que as mais de 51 mil pessoas
presentes no estádio oscilaram entre gritos e momentos de completo silêncio e
até vaias (nem Oscar, autor do primeiro gol, escapou). Mas ao menos com esse
triunfo conseguiu ganhar um ânimo extra para o desafio que vem pela frente: a
Copa das Confederações. A última vitória sobre um campeão do mundo tinha sido
em novembro de 2009, 1 a 0 sobre a Inglaterra. De lá para cá, cinco derrotas e
dois empates. Além do meia do Chelsea, Hernanes e Lucas também marcaram.

O fato é que
falta à seleção brasileira poder de decisão. Talvez por isso essa vitória tenha
demorado tanto tempo a voltar à rotina. Não é um problema apenas do time de
Felipão. Já era assim com Mano Menezes. Ao menos, a vontade apresentada no
amistoso deste domingo deixa a esperança de que as coisas podem melhorar. Com
Neymar é preciso ter paciência. Ele tem o apoio da torcida quando vai bem.
Quando vai mal ou mais ou menos, as vaias são inevitáveis.
A seleção
brasileira se concentra agora na reta final da preparação para a Copa das
Confederações. A estreia está marcada para o próximo dia 15 de junho, sábado,
contra o Japão, em Brasília. Cabeça de chave do Grupo A, o Brasil ainda encara
o México, dia 19, em Fortaleza, e a Itália, dia 22, em Salvador, pela primeira
fase.
Muita vontade,
pouca criação
Não falta
vontade à seleção brasileira. Falta organização e, principalmente, poder de
decisão. Nesse quesito, o time de Felipão ainda engatinha. O primeiro tempo do
duelo contra a França é a prova disso. Com muito mais posse de bola que o
adversário, os anfitriões não conseguiram levar muito perigo ao gol de Lloris.
Muito embora o
goleiro francês tenha facilitado com um minuto de jogo ao perder a bola para
Neymar, o atacante demorou a decidir o que fazer e perdeu ótima chance de abrir
o placar de forma relâmpago. Agir mais rápido quando as oportunidades surgem e
chutar mais a gol têm de ser a lição de casa.
O trio Hulk,
Neymar e Fred se destacou na etapa inicial pela movimentação, mas o primeiro,
destaque do russo Zenit, foi o melhor em campo. Marcou, atacou, driblou,
chutou... e criou. Deixou companheiros em boas condições, mas não houve o
aproveitamento adequado para que a rede balançasse.

Dependente da
boa vontade dos seus atacantes, a seleção brasileira melhorou depois que dois
jogadores resolveram aparecer: Oscar e Marcelo. As chances mais claras do
Brasil surgiram depois disso. Primeiro, aos 30, Neymar perdeu gol incrível ao
não conseguir tocar na bola após cruzamento da esquerda. E mais adiante, aos
42, Fred cabeceou com perigo.
Oscar, o herói
Para a etapa
final, não houve alteração na seleção brasileira. Apenas de comportamento. Logo
de cara, o time de Felipão pressionou a França no campo de defesa e teve uma
importante chance com Hulk, que chutou para fora. A resposta francesa veio em
arremate de Cabaye, um minuto depois. Apenas um susto.
Com o controle
da partida em mãos, a Seleção permaneceu no ataque por um bom tempo. Mas sem
conseguir finalizar. Foi a senha para que a torcida gaúcha, aos cinco minutos,
iniciasse o já tradicional coro pela entrada de Lucas. O pedido não foi
atendido naquele momento, mas o presente veio de um “gaúcho”.
Aos oito
minutos, Luiz Gustavo roubou a bola no meio, com falta que o árbitro não
marcou. Após boa jogada de Fred pela esquerda, Oscar, destaque do Inter antes
de ir para o Chelsea, completou para o gol: 1 a 0. Na comemoração, muito embora
estivesse no campo do rival Grêmio, o meia, nascido no interior de São Paulo,
apontou para o chão e disse: ‘eu sou daqui, eu sou daqui’.
Em vantagem,
Felipão, então, resolveu atender dois pedidos recorrentes da torcida no
amistoso: as entradas do gremista Fernando e do xodó Lucas. Aos 19 minutos
saíram Oscar, vaiado pelos gremistas e aplaudido pelos colorados, e Hulk. Esse
último deixou o campo com o status de um dos melhores do jogo.
Brasil amplia no fim
Com mais posse
de bola, assim como no primeiro tempo, a seleção brasileira perdeu o fôlego aos
poucos. E mesmo com as mudanças de Felipão, as oportunidades de gol eram raras.
Seguro, o Brasil controlou o jogo no campo de ataque, se arriscou pouco e
segurou a França, esperando um contra-ataque para matar o jogo.
O lance fatal
veio aos 39 minutos. Após uma cobrança de escanteio errada dos franceses,
Paulinho avançou livre pelo meio e rolou para Lucas na direita. O meia do PSG
cruzou para Neymar, que só ajeitou para Hernanes bater no canto esquerdo de
Lloris: 2 a 0.
A vitória já estava encaminhada e o incômodo
jejum, perto do fim. Para selar de vez a trégua com a torcida, faltava um lance
típico da seleção brasileira. Marcelo se encarregou disso aos 46 minutos. Em
bela arrancada, ele invadiu a área, driblou o zagueiro e foi derrubado:
pênalti. Na cobrança, Lucas bateu com categoria e definiu o triunfo.
Enfim, depois de
mais de três anos e meio, a seleção brasileira, pentacampeã do mundo, voltou a
vencer um time que também tem o caneco mais cobiçado.
Fonte: Leandro Canônico
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