Seca deixa milho com preço até 50% mais alto. Veja!
Na mesa junina
de todo nordestino não pode faltar milho. Assado, cozinhado, como ingrediente
de pamonha, canjica e outras delícias da culinária típica desta época do ano, o
milho está presente e garante um sabor todo especial aos pratos feitos para
comemorar o São João. Mas, este ano, quem for comprar o produto vai sentir
certo incômodo no bolso. Isso, porque o milho nas feiras e supermercados está,
em alguns casos, até 50% mais caro do que no ano passado.
A alta no preço
do milho se deve, principalmente, ao forte período de seca vivenciado na região
Nordeste este ano. A dificuldade para garantir a safra fez com que os
produtores tivessem altos custos e, consequentemente, estão tendo que repassar
pelo menos parte dessas despesas para o consumidor. Na Feira Central de Campina
Grande já é possível encontrar milho à venda e constatar o valor do alimento em
alta.
Uma “mão” de
milho, que é a soma de 50 espigas, está custando a partir de R$ 30. No ano
passado, era possível comprar a mesma quantidade de espigas a partir de R$ 20.
O aumento no preço também é justificado pela alta do valor de combustível,
registrada em fevereiro deste ano, uma vez que o milho comercializado em
Campina é comprado de agricultores de Lagoa Seca, Massaranduba e Alagoa Nova e,
para chegar até o mercado central da Rainha da Borborema, é trazido em
transporte fretado, que também ajustou o valor do frete devido ao valor mais
caro do combustível.
A esperança dos
comerciantes de milho para não ter grandes prejuízos é que, quando for iniciada
a festa junina, no Parque do Povo, as vendas registrem algum aumento, devido a
presença de vendedores de milho cozinhado, em carrinhos que circulam tanto pelo
cenário principal da festa bem como pela região central da cidade. “É o que a
gente espera que aconteça, para que a gente possa, pelo menos, igualar as
vendas do ano passado, quando chegamos a vender mais de 50 mil espigas de
milho, durante os 30 dias de São João”, destacou o comerciante Mauro da Silva.
Assim como ele,
outros comerciantes também esperam uma maior procura pelo milho nas próximas
semanas. Às vésperas do início da grande festa nordestina, em média, cada
comerciante de milho da Feira Central está atendendo, atualmente, em torno de
40 clientes por dia. Neste mesmo período do ano passado, cada comerciante
verificava um volume de até 70 clientes comprando diariamente. Para os próximos
dias, espera-se igualar a marca de atendimentos do São João anterior.
AMARGAM
PREJUÍZOS
Com o preço mais
alto do milho comercializado em Campina Grande, outros comerciantes também
amargam prejuízo neste período junino: os produtores de comidas típicas, como
pamonha e canjica, que precisam repassar o aumento do preço do milho para seu
produto final. Bernadete Bonifácio, que no ano passado chegou a faturar, com
esses produtos, o triplo do que costuma arrecadar em meses comuns, com a venda
de bolos caseiros, diz que, este ano, não está muito otimista em relação às
vendas de comidas típicas do período.
Segundo ela, o
volume de pedidos, este ano, com relação a 2102, está cerca de 20% menor. Por
causa disso, a frente de produção, que deveria estar funcionando a todo vapor,
ainda não atingiu a sua capacidade máxima.
“A 15 dias de
iniciar o São João no Parque do Povo deveríamos estar produzindo algo em torno
de 100 quilos de canjica e 150 quilos de pamonha diariamente, mas, como os
pedidos estão menores, tivemos que reduzir a produção, para não ficarmos com
produto encalhado e velho”, afirmou.
O que está
fazendo o consumidor procurar menos estes pratos é a alta dos preços.
“Estávamos programados para fazer pedidos de até 80 pratinhos de canjica e,
pelo menos, 120 unidades de pamonha por dia, mas como percebemos o reajuste nos
preços decidimos diminuir os pedidos para 50 pratos de canjica e 90 pamonhas”,
explicou a cozinheira Conceição dos Santos.
Para este São
João, os preços cobrados pelos fabricantes de comidas típicas estão sendo, em
média, de R$ 2,50 o pratinho pequeno de canjica e R$ 2,00 cada pamonha média.
Em 2008, o valor aplicado era de R$ 2,00 e R$ 1,50, respectivamente.
Fonte: Tatiana Brandão
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