Bolsa Família reduz insegurança alimentar no Sertão paraibano. Veja!
Um estudo
coordenado pelo professor Rodrigo Vianna, da Universidade Federal da Paraíba
(UFPB), mostrou que a transferência de renda através do programa social Bolsa
Família, do Governo Federal, contribui para a melhoria da segurança alimentar
no interior da Paraíba.
As formas mais
graves da insegurança alimentar também são amenizadas com o recebimento do
benefício.
Antes de
detalhar o estudo, é importante explicar que o termo insegurança alimentar vai
desde a preocupação com a substituição de alimentos (por aqueles mais baratos)
e a falta propriamente dita.
Também está
relacionada a hábitos e cultura e à inserção na sociedade de forma aceitável
pelas pessoas. A insegurança alimentar representa um desafio para os gestores
públicos e afeta principalmente de baixa renda. De acordo com a Lei de
Segurança Alimentar e Nutricional, a insegurança alimentar pode ser detectada a
partir de diferentes problemas como fome, obesidade, doenças associadas à má
alimentação, consumo de alimentos de qualidade duvidosa ou prejudicial à saúde,
etc.
De acordo com
Vianna, em São José dos Ramos, no ano de 2005, 21% das famílias apresentavam
insegurança alimentar severa. Seis anos mais tarde, em 2011, a porcentagem caiu
para 8,6%. “Decidimos traçar um diagnóstico aqui no Estado especialmente pela
reconhecida situação de pobreza de grande parte da população”, explicou. O
grupo de estudiosos conseguiu um novo financiamento em 2011 e voltou a dois dos
14 municípios visitados inicialmente para verificar se a situação tinha ou não
melhorado.
Os municípios
visitados em 2005 foram: Boqueirão, Queimadas, Umbuzeiro, Aroeiras, Itabaiana,
São José dos Ramos, Areial, Esperança, Bananeiras, Cacimba de Dentro, Araruna,
Nova Floresta, Bernardino Batista e Picuí. Em 2011 o grupo retornou aos
municípios de Nova Floresta e São José dos Ramos. A escolha se deu porque essas
cidades foram selecionadas, em 2003, pelo programa Fome Zero, para receber os
benefícios.
O professor
disse que as famílias que recebem o Bolsa Família nessas cidades geralmente são
as que apresentam maior grau de insegurança alimentar. Segundo Vianna, durante
o estudo foi possível observar que as famílias que recebiam o benefício social
apresentavam uma situação melhor do que as que não recebiam.
Diante dessa
realidade, na avaliação do professor, o impacto do programa é positivo.
Seis anos após a
primeira análise, o grupo observou que as famílias que receberam o benefício
tiveram melhora na segurança alimentar. “Seja diminuindo o nível de insegurança
ou passando à situação de segurança alimentar”, frisou. Além do recebimento do
Bolsa Família, a participação em atividades de produção de alimentos ou criação
de animais, somado ao aumento da renda familiar, também foram fatores que
contribuíram para essa melhoria.
Na comunidade do
'S', em João Pessoa, a reportagem encontrou duas famílias que recebem o
benefício. Uma foi a de Gerlane Barbosa, que tem duas filhas e recebe
mensalmente o valor de R$ 134 pelo Bolsa Família. Ela disse que boa parte desse
dinheiro é usada para comprar alimentos. O restante, segundo ela, é empregado
na compra de remédios ou material escolar, quando precisa. “O valor é muito
pouco, mas ajuda colocar comida na mesa”, afirmou.
Na casa de Nadja
Martins da Silva, que também tem dois filhos e recebe R$ 134 pelo Bolsa
Família, o benefício não é usado para a alimentação, mas ela garantiu que o
dinheiro é destinado a necessidades dos filhos. “Só uso o dinheiro para comprar
coisas para eles. Deus me livre usar o Bolsa Família para outros fins”,
declarou Nadja.a
Foto: DiamanteOnline
Fonte: Valeria Sinésio
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