46 cidades da Paraíba não atraem médicos. Veja!

Os dados foram
divulgados ontem pelo Governo Federal. Apesar de ser a maior iniciativa de
interiorização de médicos já executada no Brasil, o programa não conseguiu
atrair nenhum médico para 41% dos municípios do Nordeste que solicitaram
profissionais este ano.
Para o diretor
de Fiscalização do Conselho Regional de Medicina da Paraíba (CRM-PB), Eurípedes
Mendonça, a estatística é uma prova de que o que falta aos municípios para
atrair profissionais de Saúde é uma infraestrutura mínima que dê condições aos
médicos de executarem seu trabalho de forma adequada. Segundo ele, as cidades
do interior, em sua maioria, não possuem condições mínimas para atuação médica.
“O médico
sozinho não tem como atuar. Ele precisa de equipes, laboratórios, de meios para
diagnosticar, que é o que falta nas cidades do interior. A responsabilidade de
um médico é grande e ele sabe que sem ter recursos não pode fazer muito. Não é
a remuneração, o problema é que falta investimento dos poderes públicos para
dotar as pequenas cidades de condições mínimas de atuação profissional. Se
houvesse melhor estrutura, os profissionais de Saúde não iriam recusar
trabalhar no interior”, ressaltou Eurípedes.
Já na opinião do
presidente da Federação das Associações de Municípios da Paraíba (Famup), Buba
Germano, um dos fatores que levam ao baixo índice de atendimento à demanda do
Provab é o valor da bolsa, considerado baixo por muitos profissionais. Além
disso, ele vê no programa uma falha com relação à fiscalização do trabalho dos
profissionais contratados. “Não há como os municípios fiscalizarem o
cumprimento da carga horária, porque o vínculo dos médicos é direto com o
Ministério da Saúde”, disse.
Segundo ele, é
preciso haver uma reformulação na estrutura do sistema de Saúde brasileiro para
resolver o problema da falta de médicos no interior. “Se houvesse uma
condicionante de o médico recém-formado ter que prestar pelo menos 2 anos de
serviço na atenção básica, já iria melhorar bastante esse cenário”, salientou
Buba.
A reportagem do
JORNAL DA PARAÍBA tentou contato com o secretário de Estado de Saúde para
comentar os dados, mas não obteve retorno.
PROVAB
O Provab é uma
iniciativa que busca levar atendimento médico a periferias, cidades do interior
e áreas remotas, onde a população carente é atendida em Unidades Básicas de
Saúde (UBS) e visa suprir a carência do profissional da atenção básica. Ele
prevê que os municípios solicitem ao Ministério da Saúde profissionais e
apresentem o déficit de especialistas no setor em sua cidade.
Os médicos, por
sua vez, são convidados a escolher a região de sua preferência para atuar por
meio do Provab, com bolsa no valor de R$ 8 mil, paga integralmente pelo
Ministério da Saúde, e devem cumprir 32 horas semanais de atividades práticas
nas Unidades Básicas de Saúde (UBS) e 8 horas semanais de curso de
pós-graduação em Saúde da Família com duração de 12 meses.
Para garantir a
qualidade do serviço prestado, a atuação desses profissionais é supervisionada
mensalmente por 55 instituições e hospitais de ensino.
Fonte: JP Online
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