Planos de saúde têm alta de 43% na Paraíba. Veja!
O reajuste dos
planos de saúde coletivos com até 30 usuários (30 pessoas) chegou a 43,25% no
Brasil, segundo estudo do Instituto de Defesa do Consumidor (Idec).
Considerados miniplanos, os contratos com até 30 vidas são a maioria (85% dos
coletivos) e abrangem cerca de cinco milhões de consumidores que são ainda mais
vulneráreis aos altos índices de reajustes.
Na Paraíba,
existem 191.119 clientes de novos planos de saúde coletivos médicos, e 86.113
de novos planos de saúde coletivos odontológicos segundo a Agência Nacional de
Saúde Suplementar (ANS).
O número de
operadoras de seguros de saúde com sede no Estado chega a 20. Diante dessa
fragilidade dos aumentos aplicados aos usuários deste tipo de plano, no ano
passado, a ANS aprovou regras específicas para o cálculo do reajuste anual
desses planos. A Resolução Normativa 309/2012 estabelece que, a partir de maio
deste ano, as operadoras devem agrupar todos os contratos 30 vidas e calcular
um percentual único de aumento para eles. A ideia é diluir os custos dos planos
entre um número maior de usuários.
De acordo com o
Idec, os planos de saúde coletivos representam 77% de todos os planos
comercializados no país. E a pesquisa realizada pelo instituto constatou que a
nova resolução é insuficiente para proteger os usuários de reajustes muito
altos.
Segundo o
instituto, foi detectado durante a pesquisa que a média de reajuste a ser
aplicada entre maio deste ano a abril de 2014, por pelo menos três planos '30
vidas' elevou o valor da mensalidade em mais de 20%. Foram eles: São Francisco
Saúde (22,31%), Admédico (32,17%) e São Domingos Saúde (43,25%).
O Idec alertou a
ANS que o mero agrupamento dos contratos para o cálculo de reajuste não
resolveria o problema dos usuários dos planos 30 vidas quando a proposta da ANS
foi posta em consulta pública (CP 48/2012), e defendeu que a agência
estabelecesse um teto máximo para o aumento anual, como faz com os planos
individuais.
“Esses planos
são obrigados a cumprir carências e têm coberturas parciais temporárias, como
acontece nos planos individuais e não em contratos coletivos 'típicos'. Por
outro lado, estão sujeitos à rescisão unilateral por parte das empresas e a
reajustes livremente fixados pelo mercado. É o pior dos cenários para o
consumidor", explica a advogada do Idec e responsável pela pesquisa dos
planos de saúde coletivos, Joana Cruz.
MUDANÇA DE
CALCULO
Para o Idec, a
mudança de regras da ANS para o cálculo do reajuste anual desses planos - que
devem ser agrupados e ter um reajuste único - "é insuficiente para
proteger os usuários de reajustes muito altos".
RESULTADOS
Segundo o Idec,
os reajustes aplicados pelas 61 operadoras avaliadas apresentaram muita
variação, no entanto, dentre os mais altos estão justamente os das empresas de
pequeno porte – aquelas que, juntando todos os planos, têm até 20 mil usuários.
A São Domingos, que impôs o maior aumento, tem menos de 12 mil beneficiários.
Já o menor reajuste (6,31%) foi de uma operadora gigante: a Unimed Campinas,
que tem mais de 515 mil usuários. Na média geral, o índice de aumento dos
planos até 30 vidas foi de 11,9%. Pode não parecer tão alto, mas esse valor
está bem acima da inflação do período, apurada em 6,49%, de acordo.
Segundo o Idec,
a nova regra da Agência Nacional de Saúde não impede aumento excessivo no valor
da mensalidade desse tipo de contrato que abrange cerca de 5 milhões de
consumidores.
NOVA RESOLUÇÃO
EQUILIBRA CÁLCULO, ANS
Segundo a
assessoria de imprensa da ANS, a partir da Resolução Normativa nº 309/2012, que
tenta oferecer maior equilíbrio no cálculo do reajuste dos planos de 30
usuários (vidas), a ANS torna mais estável o reajuste desses contratos e
aumenta a competitividade entre as operadoras.
Assim, oferece
ainda maior poder de escolha aos beneficiários, além de reduzir a assimetria de
informação, tornando o reajuste mais transparente e dando maior poder de
decisão ao consumidor.
A ANS informou
que a norma começou a vigorar em primeiro de maio deste ano e por esta razão,
ainda não é possível avaliar seus efeitos, uma vez que as operadoras ainda
estão enviando para a Agência seus comunicados com os percentuais a serem
aplicados ao Agrupamento de Contratos.
Foto: Kleide Teixeira
Fonte: Alexsandra Tavares
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