Dilma desiste de constituinte para reforma política, afirma Mercadante. Veja!
O ministro da
Educação, Aloizio Mercadante, afirmou na noite desta terça (25), no Palácio do
Planalto, que, após conversas da presidente Dilma Rousseff com os presidentes
do Supremo, Joaquim Barbosa; da Câmara, Henrique Alves; do Senado, Renan
Calheiros; e com o vice-presidente Michel Temer, "a convergência possível
é o plebiscito".
Ele fazia
referência à proposta apresentada na segunda (24) pela presidente Dilma
Rousseff de um plebiscito para um processo constituinte destinado a fazer a
reforma política. Dilma apresentou a proposta em reunião com governadores e
prefeitos como forma de dar uma resposta às reivindicações apresentadas nos
protestos de rua por todo o país.
"Nós não temos
tempo hábil para realizar uma constituinte. Por isso, a presidenta falou no seu
discurso em plebiscito." – disse Aloizio Mercadante, ministro da Educação.
Segundo Mercadante,
não há "tempo hábil" para uma constituinte, e a intenção é
implementar o plebiscito da reforma política "o mais breve possível".
O ministro afirmou que a presidente do Tribunal Superior Eleitoral, Carmen
Lucia, será consultada para discutir as condições de se promover rapidamente o
plebiscito.
"Há uma
polêmica constitucional: se há espaço na Constituição brasileira para uma
constituinte dessa natureza ou não. Vários juristas de peso sustentam que há.
No entanto, nós não temos tempo hábil para realizar uma constituinte. Por isso,
a presidenta falou no seu discurso em plebiscito", afirmou o ministro.
Questionado se o
Planalto já descartou a hipótese de uma constituinte, Mercadante respondeu: “A
Câmara já se manifestou contra, o presidente do Senado disse que não haveria
objeção, mas a convergência possível é o plebiscito”, afirmou.
A presidente
Dilma, segundo o ministro, fará esta semana reuniões com os líderes da base e
da oposição do Congresso Nacional para viabilizar a proposta de um plebiscito, que
deverá ser encaminhada pelo Planalto em forma de mensagem presidencial, ainda
de acordo com Mercadante. Renan Calheiros e Henrique Alves já se manifestaram
favoravelmente à proposta.
Mercandante
chegou a mencionar duas possíveis datas para o plebiscito: 7 de setembro ou 15
de novembro.
“A nossa
expectativa é de que (o plebiscito) ocorra o mais breve possível. Nós vamos
imediatamente entrar em contato para ela [a presidente do TSE, Cármen Lúcia},
analisar qual é a brevidade possível para se realizar a reunião”, afirmou.
Temas do plebiscito
O ministro
explicou que, entre os assuntos que deverão ser abordados por meio do
plebiscito, estão o financiamento de campanha e a representação política. As
perguntas que deverão ser feitas à população ainda não foram definidas, mas
entre as questões, não haverá uma sobre se o eleitorado “quer fazer reforma
política ou não”, de acordo com Mercadante.
“Eu diria que há
um clamor popular por reforma política muito antigo”, disse. “O que o
plebiscito vai definir são perguntas concretas, específicas sobre a natureza da
reforma política, sobre financiamento de campanha, sobre a representação
política e outros temas correlatos”, declarou o ministro.
“O povo tem
consciência, sabe o que quer, sabe que precisa reformar. Esse é o recado que as
ruas estão demonstrando, e as urnas terão que encontrar com a rua. Para isso,
tem que ter reforma política. Se o instrumento que viabiliza nesse momento é a
reforma política, nós não queremos postergar essa agenda”, disse.
Mercadante
defendeu a presidente Dilma ao dizer que “em nenhum momento ela falou em
assembleia constituinte”.
“Ela falou que
era um plebiscito para instituir um processo constituinte especifico para fins
da reforma política, ou seja, foco. Por que processo constituinte? Porque
envolve matérias constitucionais, mas podem ser tratadas no âmbito do
plebiscito e serão”, declarou.
Proposta de
Temer
O presidente da
Câmara dos Deputados, Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN), afirmou nesta terça que
o vice-presidente da República Michel Temer sugeriu à presidente Dilma Rousseff
uma alternativa à proposta de um "processo constituinte" para a
reforma política.
Segundo o
deputado, Temer recomendou que, em vez de o Congresso autorizar a formação de
uma Assembleia Constituinte para rever exclusivamente a reforma política, Dilma
indique pontos que ela considera fundamentais a serem modificados na legislação
eleitoral. Essa lista, disse Alves, seria avaliada pelo Legislativo, que
completaria a proposta, que seria então submetida a um plebiscito para que a
população tenha a oportunidade de opinar sobre os temas.
Indagado sobre
se Dilma havia concordado com a sugestão de seu vice, Henrique Alves foi
taxativo: “Não só concordou, como apoiou”. A sugestão de Temer foi apresentada
pelo próprio vice nesta tarde, em uma reunião no Palácio do Planalto entre
Alves, Dilma e o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL).
Foto: Roberto Stuckert Filho/PR
Fonte: Pricila Mendes - G1
Post a Comment