Dilma é vaiada em solenidade em MS e minimiza: 'é democracia'. Veja!

A maioria do
grupo ficou atrás do setor da imprensa, na parte descoberta. Eles repetiram as
vaias durante o discurso de diversas autoridades ao longo do evento. O protesto
foi organizado pelos 69 sindicatos rurais do estado e pela Federação da
Agricultura e Pecuária de Mato Grosso do Sul (Famasul) e outras entidades que
representam os produtores rurais. Segundo a Famasul, cerca de 3 mil produtores
de Mato Grosso do Sul e também do Paraná participaram.

Durante a
entrega de chaves dos ônibus escolares aos prefeitos, em que não havia
discursos, Dilma Rousseff foi vaiada pelos produtores, que gritavam
“demarcação, não” e “sim à produção”. O governador chegou a interromper a
solenidade para pedir que eles parassem de vaiar, “em respeito a presidente”.
Em seguida, os manifestantes chegaram a vaiar novamente, mas depois pararam.
No momento em
que a presidente foi ao microfone para o discurso, que durou cerca de uma hora,
ela foi vaiada novamente. “Gente: acho bom ver vocês gritarem mesmo porque
democracia é isso. Não tenho problema nenhum [com as vaias]”, disse.

Ao final do
evento, boa parte dos manifestantes se posicionou na saída do Jóquei. Com
faixas e apitos, eles fizeram mais barulho, mas viram Dilma de longe. A
comitiva presidencial evitou passar em frente dos manifestantes. Do lado de
fora do hipódromo, a equipe partiu em dois helicópteros para a Base Aérea de
Campo Grande de onde seguiu para Brasília (DF).
Carta entregue
O presidente da
Famasul, Eduardo Riedel, afirmou ao G1 que entregou um documento à presidente
que pede a interrupção da demarcação de terras indígenas no estado. Segundo
ele, o objetivo é cessar os conflitos entre produtores e indígenas. Riedel
afirmou que são 52 pontos de conflito em Mato Grosso do Sul, a maioria na
região sul.
"O mais
importante foi ter conversado com ela e ter entregado a reivindicação
pessoalmente", disse o presidente da federação. “O movimento dos
produtores foi legítimo para que encontremos soluções. Não é possível deixar a
Funai avançar em todos os processos [de demarcação] sem nenhum
contraponto", completa.
O conflito entre
produtores e índios é histórico no estado e, os casos mais recentes, envolvem
atritos entre os fazendeiros e os guarany-kaiwá. A Funai aponta que em todo o
estado existem atualmente 24 terras indígenas regularizadas ocupadas pelos
guarany-kaiwá (entre propriedades regularizadas, homologadas, declaradas e
delimitadas). O total de terras equivale a 90,4 km² -- cinco vezes o tamanho da
Ilha de Fernando de Noronha.
O G1 entrou em
contato com a Funai, por meio da assessoria de imprensa, e não obteve retorno
até a publicação desta reportagem.
Post a Comment